Lição 04 - Esmirna, a igreja confessante e mártir
A expressão “sinagoga de Satanás” (2.9; 3.9) é intrigante...
INTRODUÇÃO
I. ESMIRNA, UMA IGREJA MÁRTIR
II. APRESENTAÇÃO DO MISSIVISTA
III. AS CONDIÇÕES DA IGREJA EM ESMIRNA
CONCLUSÃO
As Sinagogas de Satanás (2.9)
A expressão “sinagoga de Satanás” (2.9; 3.9) é intrigante. O livro de
Apocalipse não é, em geral, anti-semítico; antes, pinta um quadro do
reino de Deus onde se encontram judeus e gentios. Aqueles vinte e quatro
anciãos, dispostos ao redor do trono (4.4,10; 11.16; 19.4), representam
provavelmente doze anciãos da Igreja e doze anciãos de Israel [...].
A arquitetura da Nova Jerusalém também é muito significativa, pois tem
doze portas onde estão escritos os nomes das tribos de Israel (21.12) e
doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (v.14). Tanto
judeus como gentios adoram a Deus no céu (7.1-17). De fato, os 144.000
judeus foram escolhidos para receber privilégios especiais: serão os
constantes companheiros do Cordeiro (14.1-5).
Por que, então, esse livro usa uma linguagem tão ríspida para descrever
as sinagogas de Esmirna e Filadélfia? Embora não tenhamos certeza,
sabemos, no entanto, que nos primeiros anos os processos legais dos
romanos contra os cristãos eram muitas vezes iniciados pelos judeus. Se
aqui o problema específico era a adoração ao imperador romano, sem
dúvida os cristãos esperavam que a comunidade judaica os apoiasse. Seria
possível que os judeus dessas duas cidades tivessem encontrado alguma
razão técnica que permitisse que participassem dessa manifestação,
enfraquecendo os cristãos em sua atitude de rejeição?
É de se notar que esses grupos de judeus haviam sido acusados apenas de
caluniar (2.9) e mentir (3.9) a respeito das igrejas. Isso se torna
bastante significativo quando analisamos a descrição dos 144.000 judeus
justos: “E na sua boca não se achou engano” (14.5) e eles “não estão
contaminados com mulheres” (v.4).
De certa forma, esses judeus são o oposto dos judeus de Esmirna e
Filadélfia; será que essa afirmação está implicando que os membros
dessas sinagogas também participavam da imoralidade sexual? Será que
essa “contaminação” ocorre dentro de algum contexto ritualístico, talvez
até na adoração ao imperador romano? Não existe, simplesmente, qualquer
prova que nos permita fazer um julgamento a esse respeito.
Mas podemos estar certos de uma coisa: Deus não discrimina conforme a
raça, o gênero ou a etnia (Jl 2.28,32; At 2.17,18,21; Gl 3.28). O autor
do Apocalipse não condena os judeus de Esmirna e Filadélfia simplesmente
por serem judeus, mas pelos seus atos imorais. Na verdade, as duas
sinagogas parecem ter sido exceções, pois nenhuma das outras cinco
cartas menciona esse problema.
Texto extraído do “Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento”, editado pela CPAD.

Nenhum comentário:
Postar um comentário